“Balcony” / “Varanda”
No meio de uma beleza paradoxal,
Ergue-se uma varanda menos colossal, mais abismal.
Tens de morrer para entender,
Descodificar a poesia do meu ser,
Sem desmanchar a criação feita durante o sono,
Na hibernação do mundo.
Há um certo conforto em ti.
Na porta aberta por onde entro e na janela por onde explode a minha essência, varanda fora.
Enchemos a boca de substância, de razão e a falta dela.
E a palavra que o define, o porquê proibido
[Ou pelo menos negado aos mortais, por falta nula]
É algo intermediário, perdido e a viajar por insólitos muros derrubados,
Inusitado nas palpitações que captam o meu dia.
É onde existe o universo, o sobrenatural.
O espaço das respostas é o espaço desocupado do tu e do eu.
É onde a liberdade vive, onde é desoprimida a criatividade.
É o vazio palpável, que faz eco nos nossos pensamentos.
É adequado. É a nuvem dentro de nós evaporada neste vácuo confuso de nomes, denominações abominadas, controladas e fechadas. Seladas.
Centraliza a dúvida de estarmos deslocados.
Descobri Deus.
Não está em mim, não está em ti, está aqui.
No trajeto das palavras que correm de mim para ti. Te dão uma carícia, um beijo e voltam, apressadas, atrasadas.
O espaço entre elas fechou-se
Num beijo.