“More than once I have crossed spring” / “Mais do que uma vez atravessei a primavera”
Mais do que uma vez atravessei a primavera
Em busca do Quê
Que outrora houvera
Em mim, no que eu era.
Do Sempre que fui
Veio um Nunca coberto de neve,
Um outro amachucado entre folhas
E, por fim, um com o sal que o Nunca teve.
Perdi tudo na procura.
As três portas que me restavam
Estavam caídas nos tempos,
Os tempos que não controlava.
E tudo porque não chegavam para me completar.
Quem merece esquecer tudo
Por mim?
Pela minha falta?
Pelo meu Sempre, Nunca e Perda?
Pelo egoísmo que mata?
Pela vaga memória leda?
Talvez ninguém,
A ambição
De querer algo mais.
Mas quem?
Mas o quê?
Esta primavera por mim
Atravessada
Nunca encontrada.
Fugiu a passarada.
Fecharam as cúpulas das igrejas florais.
Amor, nada.
Nem os chorosos, nem os sentimentais esperaram.